sexta-feira, 14 de março de 2014

A Educação Escolar de Pessoas com Surdez

A Educação Escolar de Pessoas com Surdez
Suely Souza Lira
                   Através da Política Nacional de Educação Especial, numa perspectiva inclusiva, há um novo olhar para a educação escolar das pessoas com surdez de acordo com propostas que refutam aquelas que estão na contramão da inclusão e rompem embates entre gestualistas e oralistas, pois o problema e o fracasso na educação de alunos com surdez não pode continuar centrado na língua em si, mas em que consiste as  práticas pedagógicas aplicadas no ensino desses alunos, conforme Damázio, 2010, p. 48: “O problema da educação das pessoas com surdez não pode continuar sendo centrado nessa ou naquela língua [...], o foco do fracasso escolar não está só nessa questão, mas também na qualidade e na eficácia das práticas pedagógicas.”
                   Dentre os avanços alcançados pelas políticas de Educação Especial para a educação de pessoas com surdez destaca-se a abordagem bilíngüe, de acordo com o Decreto 5.626 de 5 de dezembro de 2005, no qual a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na modalidade escrita, constituem língua de instrução e comunicação, (Damázio, 2010).
                   Para garantir aos alunos com surdez acesso e permanência ao ensino de qualidade na escola comum, deverá ser organizado nesse espaço de aprendizagem e socialização o Atendimento Educacional Especializado – AEE PS em três momentos didático-pedagógicos, conforme diagnóstico do aluno. São eles:
                   O AEE em Libras: Esse atendimento fornece a base conceitual da Libras e do conteúdo curricular estudado em sala de aula, favorecendo a compreensão dos alunos com surdez. O atendimento é diário e no contra turno e deve ser utilizado recursos visuais e riqueza de materiais.
                   O AEE de Libras: o professor, preferencialmente com surdez ensina a Língua de Sinais, respeitando suas especificidades. Ele também elabora os sinais para os termos técnicos. O uso de recursos visuais e riqueza de materiais também e imprescindível nesse atendimento
                  O AEE para o ensino de Língua Portuguesa:  nesse atendimento que deve ser diário e no contra turno, o canal de comunicação é a Língua Portuguesa e deve ser desenvolvido por um professor formado em Língua Portuguesa que conheça os pressupostos linguísticos e teóricos que norteiam o trabalho de ensino do português escrito . O que se pretende no AEE LP é desenvolver a competência gramatical/linguística e textual nas pessoas com surdez para que sejam capazes de gerar sequências lingüísticas (Damázio, 2010).
                   Dessa forma, dentro de um contexto inclusivo, acreditamos nos avanços feitos em favor da educação escolar da pessoa com surdez que trabalha o individual e o coletivo, desenvolvendo seu potencial como ser biopsicossocial que é, rompendo as barreira do preconceito e da segregação.

Referência:
Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo 04: Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional Especializado em Construção, p. 46-57.



Anexos:

Figura 1: Momento didático-pedagógico do AEE de Libras

Figura 2: Momento didático-pedagógico do AEE para o Ensino de Língua Portuguesa

Figura 3: Momento didático-pedagógico do AEE em Libras

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